Redator publicitário por formação e humorista por vocação, o entrevistado dessa semana no DNA do Humor é o grande Fábio Lima! Ele, que recentemente participou do Time Azul no quadro Maratona do Humor (Record), criou em 2009 junto com o humorista Zé Neves, o primeiro grupo de Stand Up de Campinas, o Limão e Gelo e já se apresentou no Programa do Jô e na Praça é Nossa.
Vamos à entrevista! Espero que gostem!
Por que você resolveu ser humorista? Como foi seu primeiro show?
Bom, não sei exatamente porque eu resolvi ser humorista. Sou redator publicitário de formação e trabalhei muito tempo com isso, mas já comecei a fazer faculdade de história, prestei vestibular para artes cênicas, e quando eu era criança meu sonho era ser lixeiro. Sempre gostei de fazer piada dos amigos e das coisas que aconteciam, mas ser humorista, na minha cabeça, era o sonho mais distante do mundo, absolutamente impossível de acontecer, daqueles que você nem corre atrás. Um dia fui assistir ao Seleção do Humor Stand-up, e eles abriam um espaço de 5 minutos para humoristas amadores, chamado "open mic". Eu nunca tinha feito stand-up na minha vida, mas já conhecia há bastante tempo, principalmente humoristas dos E.U.A, e resolvi arriscar contar umas histórias engraçadas da minha infância. Levantei a mão e fui. Deu certo. Me chamaram pra voltar, de "open mic" fui pra canja, de canja fui pra convidado, e hoje faço parte do elenco do espetáculo, o que me deixa muito orgulhoso.
O que você prefere: fazer improviso ou stand up?
Sinceramente, não sei. Como conheço e faço stand-up há mais tempo, acho que fico mais à vontade. Mas também sou apaixonado por improviso.
Como foi participar do maratona do humor? Esse quadro foi importante para sua carreira?
Foi extremamente divertido, cansativo e importante para a minha carreira. Divertido porque se você não se divertir fazendo improviso, então está fazendo errado. Cansativo porque eram no mínimo duas horas de gravação direto, sem intervalo (chegou a quase 4 horas nas primeiras gravações), tentando o tempo todo explorar o limite da sua criatividade e expressão corporal, debaixo das luzes do estúdio (quentes pra burro!), e ainda preocupado com o enquadramento da câmera. E se não ficou bom, grava de novo! E importante porque, sem dúvida, foi a melhor e mais longa exposição que eu já tive na TV aberta. Muita gente do Brasil inteiro conheceu meu trabalho, e isso é tudo que qualquer artista deseja.
Qual foi o melhor show que você já fez?
Isso é impossível saber. Fiz muitos shows bons e também uma porrada de shows ruins, mas com o tempo vai ficando difícil lembrar dos mais antigos. Acabei de fazer 3 shows maravilhosos no fim de semana (que a entrevista foi realizada) em São José dos Campos, serve? Hehehe...
E o pior?
O pior eu lembro, hehehe... Eu tava começando e consegui vender meu primeiro show. Fiquei felizão. Eram só 10 minutos, antes de começar a cerimônia de premiação de um evento, mas era a primeira vez que eu fazia um show completamente sozinho. O show foi péssimo, e quando eu estava saindo do palco ouvi alguém na platéia dizer "Acho que é o pior humorista que eu já vi na minha vida". Na época, foi difícil.
Esse não foi o único show ruim que eu fiz, mas acho que marcou mais porque foi o primeiro.
A participação do público é importante no Stand Up? Em que momento o espectador deixa de contribuir e passa a se tornar inconveniente?
Tem que ser com moderação. O principal é rir o máximo que você conseguir e aplaudir quando achar um texto muito bom. Quando o humorista pergunta alguma coisa, é legal responder. Mas tem gente que fica falando com o humorista o show inteiro, respondendo tudo, querendo comentar a piada, ou fazer piada da piada... aí e extremamente inconveniente.
Qual é a sua opinião sobre o humor no Brasil atualmente?
Acho que estamos no caminho certo. Temos humoristas geniais na nossa geração, que podem ir muito longe, quebrar preconceitos e barreiras de pensamento fazendo rir.
Mas não adianta só ter humoristas geniais. O artista depende 100% do público. É preciso que o público esteja disposto a ter essas barreiras e preconceitos quebrados.
Enquanto as pessoas se ofenderem com o humor, a coisa não evolui.
Pra você, qualquer assunto pode ser alvo de piadas ou deve-se tomar um cuidado maior com alguns temas?
Eu acho que a função do humorista é fazer piada com tudo e com todos, mas todo mundo sabe que muitos assuntos são complicados e podem gerar polêmica. Aí vai do humorista estar disposto a encarar todas as consequências que essa polêmica pode gerar. Alguns estão, outros não. E nem um nem outro, na minha opinião, está errado.
Você se espelhou em alguém para entrar no mundo do humor?
Tenho muitas referências de humor, em geral. Minhas referências mais antigas acho que são o Renato Aragão e o Ronald Golias, meus primeiros ídolos no humor, quando eu era bem criança. Também sou extremamente fã do grupo britânico Monty Python, do diretor Mel Brooks e de vários e vários humoristas americanos de stand-up, com destaque para o George Carlin. Mas o cara que me despertou, que eu vi e pensei "Caramba, é isso que eu quero fazer!" foi o Jerry Seinfeld.
Entre os humoristas, também existe rivalidade? Como você lida com isso?
Infelizmente existe sim. Existe rivalidade, inveja, picuinha, puxação de saco pra cá, puxação de tapete pra lá e tudo mais. Mas também existe amizade, parceria e outras coisas boas. Eu lido com isso tentando me manter longe das pessoas que fazem coisas ruins, e perto das pessoas que fazem coisas boas.
Você já teve vontade de rir quando estava se apresentando? Se sim, como se saiu dessa situação?
Já tive vontade sim, mais de uma vez. E não consegui sair da situação, hehehe. Tenho dificuldades seríssimas para segurar o riso, então não teve como. Dei risada, o platéia riu junto, e segue o jogo.
Quem você indica para ser entrevistado aqui no DNA do Humor?
Indico meu grande amigo, irmão e parceiro de Limão & Gelo, o Zé Neves. O melhor parceiro de trabalho que eu poderia ter.
Quem quiser, pode me seguir no twitter (@ofabiolima) ou me adicionar no facebook (Fabio Lima). E o meu site é www.limaoegelo.com Ah, e muito obrigado pela oportunidade de falar um pouco sobre o meu trabalho! Adorei.
Esse foi o DNA do Humor com o grande Fábio Lima! Confesso que eu também adorei =) Espero que vcs tenham gostado, essa semana tem mais, já que essa entrevista era para ser postada na sexta hehe Beijos, pessoas bonitas! E muito obrigada ao Fábio Lima que mandou muito bem nas respostas!
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